“No aeroporto, um milionário reencontra a sua antiga governanta — e descobre a verdade que lhe muda a vida.”

HISTÓRIAS DA VIDA

Um milionário encontra uma mulher com gémeos no aeroporto — o que descobre fá-lo desmaiar de imediato…

No átrio apinhado do aeroporto, Jack Morel, um rico empresário e dono de um hotel, corria para a porta de embarque quando uma cena inesperada o surpreendeu.
No chão, uma jovem dormitava, segurando dois bebés nos braços. A sua mala servia de almofada, e um cobertor fino mal protegia os mais pequenos do ar condicionado gelado.

Jack sentiu o coração afundar-se. Aquela figura frágil, aqueles caracóis castanhos, aquele rosto que nunca esquecera… Ao aproximar-se, reconheceu Lisa, a antiga governanta que perdera anos antes — despedida injustamente depois de a mãe a ter acusado de roubo.

Os seus olhares cruzaram-se: os mesmos olhos azuis, mas embotados pelo medo e pela fadiga. Então, Jack olhou para os gémeos… e, nesse momento, a verdade atingiu-o em cheio. O que acabara de perceber fê-lo cambalear — teve de se encostar à parede para não desmaiar.

Jack sentiu o mundo girar à sua volta. Os gémeos… tinham os olhos dele. Aquele azul característico, herdado do pai. Ajoelhou-se, tremendo.

“Lisa… Estas crianças… são… minhas?”

As lágrimas brotaram nos olhos da jovem. Ela desviou o olhar, incapaz de responder. Após um longo silêncio, sussurrou: “Não devias saber. A tua mãe fez tudo o que pôde para me manter afastada… Prometeu que te destruiria se eu falasse.”

Jack ficou paralisado. As memórias voltaram: a mãe a exigir-lhe que acabasse com “a empregada”, a carta de demissão, o súbito exílio de Lisa. Tudo fazia sentido.

“Porque é que não me escreveu?”, quase gritou.

Lisa tirou um envelope amarrotado da mala.
“Eu tentei. Todas as cartas que enviei voltaram com a indicação ‘endereço desconhecido’.” E quando soube que estava grávida, já era tarde demais.

Jack, emocionado, abraçou os gémeos. Um deles colocou a mãozinha na bochecha — um gesto que fazia em criança em fotografias antigas.

– São o Noah e o Liam – disse Lisa, com a voz trémula.

Um anúncio soou: “Última chamada para o voo Paris-Nova Iorque.” Jack olhou para o portão e depois para Lisa.

Ele rasgou a passagem.
“Não vou embora outra vez. Desta vez, ninguém me vai roubar a família.”

A Lisa começou a chorar. À volta deles, a multidão continuava a passar, indiferente — mas, para Jack, o tempo tinha parado.

Já não precisava de aviões ou hotéis. Tudo o que procurara toda a vida estava adormecido ali, contra ele.

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